Mixar no Linux - Parte II - Baixo

Bom, hoje é domingo, eu to com uma dor de cabeça violenta, e mesmo assim vim escrever aqui, por que espero que sejam importantes essas informações pra vocês, hehehe. Ele é o super grave, o alicerce por sobre onde a música é feita, é o peso, a força, responsável pela união de ritmo e melodia, sim meus amigos o grandioso contrabaixo!! De uns anos pra cá ele deixo de ser apenas mais um integrante da cozinha para trabalhar de verdade na música. É mais ou menos um zagueiro que faz lá seus gols. Então vamos nessa, algumas diquinhas para o baixo na nossa popular tabela de referência:

Use o high pass filter para cortar entre 40 e 50Hz, isso dará mais clareza nos graves

60...80Hz dá corpo, peso (Q=1.4)

Em baladas pop, costuma-se explorar a faixa entre 80-100Hz para dar mais peso.

Em muitos baixos, a região entre 120 e 350Hz é aquela onde está a "personalidade" do instrumento. Para sonoridades mais quentes é justamente aqui que você irá trabalhar.

400...500Hz reforce para mais clareza na melodia (Q=1)

700...1000Hz ataque (Q=1.4)

2000Hz região da "voz" em baixo fretless, legal destacar para solos

1,500...3000 pegada e inteligibilidade (Q=1.4)

5000...7000Hz slap, "dedilhado" (Q=1.4)


Como você pode notar nem só de graves vive o baixo, portanto partindo desta idéia temos muitas frequencias para trabalhar e também boas surpresas durante a mixagem. Mas para chegar até aqui temos que gravar bem. Prefira o baixo ligado a uma Direct Box, microfone pode sujar muito o som dele (mas se for um baixo acustico fica legal o mic). Os ajustes de eq no amplificador ficam ao gosto do músico. Quanto à compressão: use ataque entre 10 e 50ms (a depender do instrumento, "pegada" do baixista e claro do tipo de musica) e release em cerca de 250ms. Se o compressor tiver a função automatica, use. Ajuste o threshold para uma redução de ganho entre 6 e 9dB nos picos, isso irá ajudar o som a ter consistência sem parecer artificial.
Nunca use reverb no baixo, isso quase sempre dá %$&*&##$
Use distorção, exciter, chorus, flanger ou açúcar a gosto...

É isso galera bons sons ae, e melhoras pra mim...

PS: . aaaaaiii minha cabeça...

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Mixar no Linux - Parte I - Bateria

amos começar pelo começo... hehehehe
Usaremos para definir o “Bandwith” a letra “Q” que é o padrão nas notações em audio, e vamos ao primeiro instrumento A BATERIA! Lembrem-se que ela é um único instrumento e não um conjunto de tambores separados, logo ela deve soar como um único instrumento ok?


Bumbo:

+3dB em 70...90 (Q=1.4) Aqui fica o peso do bumbo

-6dB em 300...400 (Q=1.4) Reduz som de “papel”

+4db em 2000 até 4000/5000 (Q=1.4 a 2.8) Mais ataque (batida da maceta)

+3dB em 12 000 ou mais (Q=0,5) Harmônicos artificiais criados pelo mic e/ou pré

As freqüências acima não são exatas, varie entre os extremos. Quando você achar que falta algo no procure as freqüências chave e busque o som desejado. Em minhas (péssimas) experiencias sempre achava que pro bumbo aparecer deviamos meter grave. Isso de certa forma é um erro. Um exemplo de ajuste que costumo usar hoje em dia: um reforço entre 60 e 100Hz (para dar o "peso"), e diminuir em algum ponto entre 200 e 500 (ou até 2000 a depender da musica), para não conflitar com outros instrumentos. Se quiser que o bumbo "cressa" mais, dê uma subida em 4000 e perto de 12.000 – terá mais kick sem aquela sonoridade “anos 80"... Por falar nisso o impacto do bumbo fica em torno dos 80Hz. Trabalhem bem essa região e terão a recompensa.

Pratos

Use o high pass filter em 200 ou 300Hz para eliminar a “sujeira”
-3 a 6dB 400Hz menos ambiencia, mais clareza (Q=0.7 a 1)
+3dB 7.000...10.000 mais brilho, dureza (Q=1.4)
+3dB 500Hz acentua o som de sino (Q=1)

Tons

Os valores variam dependendo dos tamanhos mas, normalmente as chaves estão em:

+3 / 120...200Hz corpo (Q=1 a 1.4)

-6 / 400...500Hz reduz "som de caixa de papelão" (Q=1.4)

-4 / 1,500 reduz "som de barril" (Q=1.4)

+4 / 4000...5000Hz ataque e presença (Q=1.4 a 2.8)

+4 / 7000 sons metálicos (Q=1.4 a 2.8)

Surdo

Nem sempre lhe é dada a devida importância mas tem seu valor principalmente em grooves e no samba

+3 / 80 ...160Hz corpo (Q=1 a 1.4)

-6 / 300...400Hz reduz "som de caixa de papelao" (Q=1.4)

-4 / 1,500 reduz "som de barril" (Q=1.4)

+4 / 4000...5000 ataque, presença (Q=1.4 a 2.8)

+4 / 7000 som metálico (Q=1.4 a 2.8)

Caixa

Essa peça pode dar características bacanas a uma música, há quem diga que boa parte da personalidade da bateria está nela por isso temos que ter cuidado ao equalizarmos.

No rock pesado, boa parte do som da caixa fica entre 120 e 400Hz, faixa que deve ser bem explorada.

Para um som de "caixa de papelão" (as vezes desejado), trabalhe entre 800 e 1200 Hz. Para abafar, eq pode não resolver - use um abafador, que pode ser uma fita adesiva grossa presa à pele, ou um anel cortado de uma pele velha, posto sobre a nova.

A "presença" da caixa se localiza entre 1000 e 3000 ou 2000 e 4000, a depender do diâmetro e profundidade. Acentue para reagae.

A região do "estalo", o som da baqueta na pele, é mais pronunciado entre 4 e 8kHz. Enfatize aqui, para um som mais "fino".

Se usar vassouras (tipo "broom"), mais comuns em musica leve, tenha cuidado para não reforçar demais os agudos e estragar o timbre.

High pass filter cortando entre 80...100Hz ajuda a dar clareza

+2 / 200...300Hz mais corpo em caixas "finas" (Q=1 a 1.4)

+3 / 1000...3000 mais presença (Q=1.4 a 2.8)

+4 / 5000...7000 mais ataque (estalo)

Galera por enquanto e isso, e lembrem-se, isto não e uma recita de bolo, use como guia inicial mas nunca definitivo...

Definitivo só seu ouvido ok?

PS: . Não esqueça de comentar...

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Mixar no Linux - Prólogo

Vou iniciar a partir de agora uma nova série aqui no blog! Sabe, logo que comecei a mixar meus trabalhos apanhava pra caralho. Eram baixistas pedindo mais “chão”, vocalistas dizendo que precisava de “brilho” na voz, guitarristas dizendo que a guitarra tava muito baixa, bateristas querendo um som penetrante, mesmo usando pratos rachados e peles velhas em baterias desafinadas. Bom, eu nunca fui de desistir e naquela época a mais de dez anos atrás, fui atrás de respostas na poderosa internet. É verdade, naquela época não havia orkut, e o icq era a melhor forma de se comunicar, e discutir assuntos especiais? Sim, via grupos de mail e foi neles que me escrevi. Foram muitos os grupos em que eu participava mas, o que mais me ensinou a trabalhar meus sons foi o Audiolist, do fantástico Edu Silva!
Desde já devo dizer que descobri que podia melhorar muitas coisas no meu som, e que outras eram impossíveis sem instrumentos e equipamentos descentes. O fato é que tudo o que aprendi naquela época ainda me é útil hoje. Bem, vou mostrar pra vocês apartir hoje, um dos meus “segredos” de mixagens para que meus trabalhos sempre fiquem com qualidade próxima ao dos profissionais...



Bem, vocês lembram do meu primeiro post né? Que falava dos ladspas favoritos? Pois bem, para mixar eu uso principalmente em cada trilha: um compressor, um filtro e um equalizador. Os compressores são sempre parecidos no linux, por isso escolha o que você achar mais confortável, sugiro o SC4 caso você já tenha familiaridade com eles, mas caso você nunca tenha usado compressores sugiro o Dyson. O filtro que iremos usar normalmente é o High Pass Filter, ele tem apenas o controle de cortes, é bem simples, e por isso prefiro ele. Já a equalização será feita com o poderoso TAP Equalizer/BW!! Este plugin é um Equalizador de oito bandas, com banda ajustável de centro freqüências. Isto permite que você faça todos os ajustes tonais para adicionar aquela coloração profissional a cada instrumento, e chegar a um resultado excelente.


Agora algumas dicas sobre o EQ/BW: Você só gasta em termos de uso da CPU, para as bandas que você realmente esteja utilizando, é recomendável que você defina os ganhos das bandas desnecessários exatamente a 0 dB (você pode fazer isso no Ardour rapidamente usando shift + clique sobre o fader), bandas com 0 dB serão ignorados, economizando processador. Então não deixe um ganho na banda -0,12 dB a menos que você realmente precisa que -0,12 dB nela, ok?

Outra coisa importante é que direcionarei as informações para ferramentas e programas do Linux, mas nada impede que você use os valores aqui mencionados em outros softs, de outros sistemas operacionais e até mesmo em equipamentos reais em seu estudio, afinal, freqüências sonoras são sempre freqüências sonoras, ou seja, universais em qualquer ambiente. A única dferença provávelmente será que o EQ/BW trata todas as frequencias em Hz, e os equipamentos mencionam acima de 1000Hz como 1K, mas isso são detalhes irrelevantes ao meu ver.

E mais outra coisa, não use essas dicas como receitas de bolos, minha idéia não é lançar um guia definitivo para suas produções, e sim um ponto de partida para suas mixagens. Lembre-se seu ouvido é seu melhor amigo!!

Valeu

PS: . Caso o EQ/BW não funcione direito em sua distro use algum outro equalizador paramétrico. Existe um de 4 bandas (4-band) que é muito bom também...

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Baterias realistas com Hydrogen

Bom, alguns produtores adoram baterias com sons sintéticos. E o pior é que em algumas composições ficam fantásticas com o som sintético. Querem exemplos de baterias nada reais mais que ficam muito legais no resultado final? Escutem Jota Quest, U2, Queen... eles tem diversos sons que usam bateras sintéticas e que ficam muito atraentes. E claro, a grande maioria das músicas do (falecido, mas eterno) Michael Jackson usa bateras sintéticas e a sonoridade no final fica PERFEITA, muito massa mesmo. Esse tipo de batera pode ser feito com muita facilidade no Hydrogen. Mas...
Se você é um desses produtores que assim como eu, curte sons de batera mais orgânicos, beirando a realidade, pode ter certeza que no Hydrogen, se atendo a alguns pequenos detalhes você pode chegar a um realismo surpreendente. Capaz de enganar até os ouvidos mais experientes. Vou mostrar a vocês como agora:

1 – Prefira kits com timbres parecidos com os de uma bateria real (obvio né?) e se for multi camadas (ou seja, com mais de um som por peça, dependendo do volume com que a peça é “tocada”) melhor ainda. No nosso exemplo, estou usando o Big Mono que tem 16 camadas por peça.


2 – O “Random Pitch” do Hydrogen é uma arma fantástica para dar mais realismo a suas bateras. Mas atenção, tenha cuidado para não fazer sua batera parecer um conjunto de “tonhoinhóins”. O random varia de peças para peça, as mais graves podem ter um Random maior, mas, nas peças mais agudas o Random tem que ser mais leve, ok? Vai pelo ouvido...


3 – Essa é importante, na hora de “escrever” a sua batera no Hydrogen pense como um baterista. As peças nunca são tocadas com a mesma intensidade. Então quando estiver montando os padrões, preste a atenção nos hit hats, bumbos, caixas, conduções, pratos, tons, surdo, rufos, e ataques. Varie os volumes e ouça, aliás, mais que ouça, sinta. Gesticule como se você mesmo estivesse tocando a batera (desde que não tenha ninguém olhando né? Não vai dar uma de louco na frente dos outros huahuaahu... e se te virem não diga que leu isso aqui, huahuhauhuahuauha) e sinta se realmente parece que o trecho foi executado por uma baterista humano.


4 – Efeitos com Hit Hat tornam sua bateria quase incontestável. Caso esteja tocando um rock muito pesado onde o hit hat fica aberto na condução da música o som de uma batida nele não pode embolar com a próxima. As “abridinhas” de hit hat que terminam com o mesmo sendo fechado com o pedal também são bacanas mas devem ser bem feitas. O lance é a duração. Coloque o ponto no na linha do hit hat e depois clique sobre ele com o botão direito do mouse e arraste até o ponto desejado. Isso irá gerar uma faixa azul, que irá determinar a duração do som. Legal, né? Use a mesma técnica nos pratos quando quiser que o baterista “segure” o prato depois de um ataque... Vai ficar muito legal.


5 – Alguns kits soam muito “secos”. Isso não é bom numa batera que tem a intenção de parecer real, pois, ao gravar uma batera real sempre temos vazamentos de som das peças nos microfones das outras, e claro temos a ambiência do local, que é captada pelos overs. Solução? Use um reverb do tipo Plate, ou mesmo um reverb que tenha a opção “Drum Room” e principalmente guie-se pelo seu ouvido, ele é o principal responsável por sua bateria parecer mais real!!


Isso ae, espero ter ajudado ae!!
Peço que me desculpem a demora nas postagens mas nesta semana que passou estive muito doente e só hoje me sinto um pouco mais saudável para escrever-vos.

Paz

PS: . Que diabos é Toinhonhóins?? Hehehe também não sei, mas faça o teste, enfileire umas dez batidas de caixa e coloque o random dela no máximo, você vai ver se não parece uns “tonhoinhóins” uhauhauhauha

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Studio Linux BR?

Olá galera!
Eu sou o Ninja, e este é um blog relacionado a gravação e edição de audio usando programas opensource e freeware em plataforma Linux. Espero que curtam! Não deixem de conhecer meu trabalho musical no site www.ninjamusic.com.br